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sábado, 8 de dezembro de 2012

DC, uma doença crónica

Imagem retirada da Net
Quase todas as pessoas que tiveram um diagnóstico de DC tiveram alguma dificuldade em obtê-lo pois, habitualmente, esta situação não é a primeira hipótese que vem à cabeça do médico que está a acompanhar o caso. Quase que é uma inevitabilidade, esperado. Mas continuam a surpreender-me os casos de doentes celíacos "curados" que me vão chegando com regularidade: um irmão que era celíaco, a quem foi dada alta aos 18 anos; uma filha a quem reintroduziram o glúten aos 10 anos e nunca mais teve sintomas; um rapaz "curado" aos 8 anos, mas que agora, aos 21, lida com problemas intestinais... Casos de DC que foram tratados como se de uma alergia ao glúten/trigo se tratasse. Daí, nunca ser demais reforçar a ideia de que esta é uma doença crónica, que poderá ter períodos em que apresentará menos evidências, mas que uma vez activa, não irá desaparecer. Porque uma reintrodução do glúten poderá abrir a porta a outras doenças auto-imunes e danos que não serão facilmente recuperáveis. Este testemunho da utilizadora VEGAGL que encontrei no fórum Celíacos é disso exemplo:

“Com 7 anos de vida e depois de estar muito doente, apresentei sinais clínicos de vómitos, diarreia, perda de peso, desnutrição, barriga inchada… Fiz uma biópsia e as minhas vilosidades estavam severamente atrofiadas: diagnóstico da doença celíaca e dieta sem glúten.

Num ano, recuperação total de todos os sintomas e o resultado da segunda biópsia mostra vilosidades em perfeito estado.

Aos 14 anos, depois de sete anos de dieta, fiz a reintrodução do glúten durante seis meses. Na terceira biópsia, as vilosidades estavam novamente danificadas, por isso confirmou-se a doença celíaca. E foi-me dito que era para a vida toda.

Aos 20 anos, quis fazer de novo a prova: às escondidas dos meus pais, comi durante um ano sem restrições. Fiz então um exame de sangue, e dois médicos dizem-me que não sou CELÍACA!

Que felicidade! Até chorava! Que alegria! A partir de então e até agora (há 14 anos) como normalmente, sem nenhum sintoma.

Expliquem como quiserem, mas depois de um único sintoma (infertilidade) e, graças a este fórum, comecei a pensar que algo estava errado há um mês atrás. Repeti a análise e o Anti-transglutaminase IgA veio positivo, e acabei de fazer a minha quarta biópsia. Embora esteja à espera que os resultados cheguem, já me disseram para reiniciar a dieta pois o resultado era muito claro.

Sabem o que vos digo? Que nunca deveria ter deixado a dieta, porque agora estou desesperada a pensar que outros órgãos foram danificados em resultado da má-absorção durante tantos anos.

Quem é que se enganou entre todos os médicos que me trataram? Ou será que a doença vai e vem quando quer?

Enfim... A doença ainda é pouco compreendida e, da perspectiva que tenho agora, é preferível a dieta para a vida toda do que arriscar a minha saúde por um pedaço de pão branco.”

Deixo também um artigo em que se investiga a "utilidade" de uma reintrodução do glúten enquanto técnica de confirmação de diagnóstico:




2 comentários:

Carla disse...

Infelizmente conheço um caso desses... uma miúda a quem a pediatra mandou reintroduzir o gluten aos 10 anos porque "a doença desaparecia com a adolescência". Como não teve sintomas aparentes, continuou com dieta normal. Aos 20 anos tinha uma tiroidite, problemas hormonais e retirou a vesícula. Um médico mais atento pediu uma endoscopia com biópsia e estava com as vilosidades todas achatadas! Com a dieta sem glúten recuperou.

Lucente disse...

Pois é Carla, há muitos que tiveram a sorte de ser diagnosticados em criança para depois reintroduzirem o glúten porque se achava que era uma doença infantil. Em 2008, quando o Lucas foi diagnosticado, um médico de família disse ao meu pai que não se preocupasse, que aquilo era coisa para durar só até aos 10 anos. Se não estivessemos devidamente informados, corríamos o risco de prejudicar o Lucas como essa rapariga que menciona. Felizmente, os médicos que vão saindo agora da universidade já sabem um pouco mais do que isso.

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