INFORMAÇÃO É PODER

DADOS, DICAS E RECEITAS DE VIDAS SEM GLÚTEN



quinta-feira, 28 de julho de 2011

Calzone

Estava indecisa quanto ao jantar de ontem, o meu filho mais velho queria salsichas e não sabia bem o que fazer. Ao visitar os meus blogs do costume deparei-me com esta receita, e, mais uma vez, não resisti a experimentar. A massa não é tão maleável quanto a autora diz, mas dá para trabalhar sem ficar com as mãos cheias de massa. O miúdo gostou bastante, na sua inocência perguntou se podia comer aquilo todos os dias... isso queríamos todos... Calzone de salsicha:

Ingredientes:
140 gramas de farinha de arroz integral
140 gramas de farinha de sorgo
210 gramas de fécula de batata
1 colher de sopa de açúcar
1 colher de sopa de fermento seco activo
2 colheres de chá de goma xantana
1 colher de chá de sal
2 colheres de sopa de azeite
300 ml. água a 38ºC
Ingredientes para recheio a gosto

Misture os ingredientes secos. Junte o azeite e a água e bata até todos os ingredientes estarem bem unidos.  Faça então uma bola com a massa.
Enfarinhe a superfície onde vai estender a massa com um pouco de farinha SG e estenda com a ajuda de um rolo até à espessura de meio centímetro. Com a ajuda de uma tigela (a minha tinha cerca de 18 centímetros de diâmetro) faça círculos até acabar a massa.
Coloque o recheio que preparou previamente (eu usei salsichas com cogumelos frescos e azeitonas com um pouco de molho de tomate e mozzarella) em meio círculo; molhe as bordas com água e feche como se pode ver na imagem abaixo.
Coloque os calzones num tabuleiro pincelados com um pouco de azeite e vai ao forno a 210ºC durante 20 a 25 minutos.

















































quarta-feira, 27 de julho de 2011

Apoio à dieta sem glúten


Imagem retirada da Net

Nas pesquisas que faço aparece frequentemente o conselho do consumo de probióticos quando se inicia a dieta sem glúten como um meio de reduzir a inflamação do intestino e acelerar a sua recuperação. Este estudo finlandês (um dos países com maiores taxas de diagnosticados) testa com sucesso essa hipótese, logo aproveito para colocar parte deste texto traduzido, onde o Dr. Mercola, um conhecido médico americano, apoia essa recomendação dietética.



"Probióticos podem ajudar na inflamação crónica da Doença Celíaca
De acordo com estatísticas do Centro da Doença Celíaca da Universidade de Chicago, em média uma em cada 133 pessoas ​​nos Estados Unidos sofre com a doença digestiva conhecida como Doença Celíaca (DC). Estudos anteriores constataram que este número pode ser tão alto quanto 1 em 33, em populações de risco.

Infelizmente, leva uma média de quatro anos para chegar a um diagnóstico se o paciente estiver sintomático, e esse atraso no diagnóstico correcto pode aumentar dramaticamente o risco de desenvolver outras doenças, especialmente doenças auto-imunes. Por exemplo, se for diagnosticado com DC, após os 20 anos de idade, as suas hipóteses de desenvolver uma condição auto-imune disparam da média de 3,5 por cento a 34 por cento.

A DC não diagnosticada também está associada a um risco quase quatro vezes maior de morte prematura. Então, qual é a ligação mais óbvia entre DC, doenças auto-imunes e morte prematura? A inflamação crónica. Condições inflamatórias crónicas e degenerativas são endémicas nas populações que consomem cereais.

Os probióticos têm propriedades anti-inflamatórias. Os probióticos têm demonstrado ser um anti-inflamatório em potência. Esta é uma óptima notícia. Diminuindo os níveis séricos de PCR e reduzindo a produção de citocinas pró-inflamatórias induzidas por bactérias e, simultaneamente, regular a expressão de citocinas anti-inflamatórias, os probióticos podem oferecer benefícios significativos contra a DC e outras doenças inflamatórias.

O Papel dos Cereais na Doença Inflamatória
Dito isto, não há nenhuma maneira de alterar o facto de que, se sofre de qualquer condição inflamatória - seja DC, doenças auto-imunes, ou doenças do coração, só para citar algumas – precisa, em primeiro lugar, de evitar os cereais. No entanto, é preciso entender que os probióticos não podem ser usados como uma forma de manter uma dieta baseada em cereais sem sofrer efeitos nocivos. Cereais e açúcares são altamente pró-inflamatórios, e ainda que os probióticos sejam anti-inflamatórios, não podem anular os efeitos prejudiciais de uma dieta rica em hidratos de carbono ricos em amido.

Aqueles com DC sabem a importância de eliminar os cereais da sua dieta, já que muitos não podem tolerar sequer as mais pequenas quantidades de glúten, uma proteína mais comummente encontrada no trigo, centeio e cevada.

No entanto, esta mensagem ainda tem de se enraizar na mente colectiva, quando se trata de lidar com doenças auto-imunes e outras condições inflamatórias.

A boa notícia é que a combinação de evitar ou eliminar os cereais, juntamente com o aumento do consumo de alimentos probióticos (ou um suplemento de alta qualidade) é uma poderosa combinação que pode trazer uma nova esperança e aumento da saúde de milhões de pessoas que sofrem de doença celíaca e outros transtornos auto-imunes.

As Funções Vitais dos Probióticos
Probióticos, as bactérias amigáveis ​​que residem no seu intestino têm uma série de funções muito importantes, incluindo:
• A digestão e absorção dos hidratos de carbono certos. Sem boas bactérias intestinais, o seu corpo não pode absorver alguns amidos não digeridos, fibras e açúcares. As bactérias amigáveis ​​no seu tracto digestivo convertem esses hidratos de carbono em fontes primárias de energia e nutrientes importantes.

• Produção de vitaminas, absorção de minerais e eliminação de toxinas. Os probióticos ajudam na produção da vitamina K e vitaminas B, e promovem a absorção de minerais. Ajudam também no metabolismo e na redução de toxinas.

• Manter as bactérias más sob controlo. As bactérias boas dizem ao seu corpo quantos alimentos precisam e o seu corpo responde fornecendo isso e nada mais - para que qualquer excesso de bactérias más “morra de fome”. As bactérias boas também produzem uma substância que mata os micróbios nocivos.

• Prevenir alergias. As bactérias amigáveis ​​treinam o seu sistema imunitário para distinguir entre elementos patogénicos e antígenos não nocivos, e para responder apropriadamente. Esta importante função impede que o sistema imunitário reaja exageradamente a antígenos não prejudiciais, que é a génese das alergias.

• Dar apoio vital ao seu sistema imunológico. Bactérias benéficas têm um efeito poderoso ao longo da vida no sistema imunológico do seu intestino e do seu sistema imunológico sistémico também. As bactérias desempenham um papel crucial no desenvolvimento e funcionamento do sistema imune da mucosa no seu tracto digestivo. Também ajudam na produção de anticorpos contra elementos patogénicos.

Como o Editor-Chefe do Journal of Biology Leucocyte disse: "Assim como alguns alimentos podem levar a problemas de saúde, não é nenhuma surpresa que outros possam ter efeitos positivos. Para as pessoas com doença celíaca, isto abre uma linha de pesquisa em novas terapias que podem ser tão acessíveis quanto uma prateleira de supermercado ".

Verdade, de facto! Se estiver informado, o seu supermercado pode ser a sua farmácia. Simplesmente sabe o que comprar, e o que evitar.

Todos os Probióticos São Iguais?

Definitivamente não.

Curiosamente, um estudo anterior no World Journal of Gastroenterology (WJG), descobriu que existem pelo menos dois tipos de bactérias probióticas que têm ainda mais propriedades anti-inflamatórias que a Bifidobacterium.

O WJG identificou o Lactobacillus e Propionibacterium como aqueles que produzem a menor CRP, que é um marcador sensível de inflamação, demonstrando, portanto, as suas capacidades anti-inflamatórias superiores. Acredito que a melhor opção é obter os seus probióticos de alimentos naturais tradicionalmente fermentados.

Um dos meus preferidos é o natto, mas há muitos outros produtos alimentares que são excelentes fontes de probióticos naturais, tais como vegetais fermentados e kefir, uma bebida de leite fermentado feito de leite cru e iogurte. Certifique-se apenas em evitar a maioria dos produtos comerciais e obter bons probióticos numa loja de alimentos saudáveis, pois a maioria desses produtos estão carregados com açúcar.

Infelizmente, os fabricantes de alimentos têm aproveitado o reconhecimento das capacidades de apoio a uma boa saúde dos probióticos, e fazem o que podem para facturar, logo é necessário saber o que se procura quando se trata de produtos alimentares probióticos.

Os iogurtes pasteurizados "probióticos", por exemplo, que se tornaram cada vez mais populares, não são uma boa escolha exactamente porque são pasteurizados e estão associados a todos os problemas dos produtos de leite pasteurizado. Além disso, a maioria está carregada com adoçantes, naturais e artificiais, para melhorar o seu sabor.

Outra opção é tomar um suplemento probiótico de alta qualidade. Além de verificar que estirpes bacterianas estão incluídas, os outros pontos que deve procurar ao comprar um suplemento probiótico são:

• Não há necessidade de refrigeração
• Prazos alargados
• Pode sobreviver ao ácido do estômago para que atinja o intestino delgado
• Residente no seu aparelho digestivo o tempo suficiente para ser eficaz

Embora tenha chegado à conclusão de que nenhuma solução funciona para todos, o Bacillus coagulans demonstrou ser altamente eficaz. Os principais benefícios são que está presente em forma de esporos e sobrevive no ambiente ácido do estômago – chegando ao seu intestino delgado, onde é mais necessário. Também sobrevive a temperaturas elevadas e não precisa de ser refrigerado, o que aumenta a conveniência do seu uso."

Outros artigos:
Probiotics and celiac disease
Uso de probióticos pode ser uma nova forma de tratamento para doença celíaca
Administration of Bifidobacterium breve Decreases the Production of TNF-α in Children with Celiac Disease



segunda-feira, 25 de julho de 2011

De Goa, sem glúten

Os bojés são uma especialidade indiana que nos foi dada a experimentar num pequeno restaurante goês de Lisboa e ficamos fãs, desde então. O facto de serem feitos com farinha de grão de bico (muito em voga cá em casa ultimamente) mantém-nos como uma das receitas a que voltamos sempre. Fazem uma entrada óptima para um jantar de amigos. Acompanha com um chutney de coentros, com que se barram os bojés, como se de pão com manteiga se tratasse.

Ingredientes:
100 gramas de farinha de grão de bico
Água
1 cebola triturada
gengibre em pó
sal
piri-piri em pó(pimenta malagueta ou chili)
óleo para fritar

Misture bem a farinha de grão com a água, sal, piri-piri e o gengibre. A água deita-se a “olho”, até alcançar uma consistência semelhante à massa das pataniscas. Junte a cebola e misture. Leve a fritar os bojés em colheradas em óleo bem quente.

Chutney:
1 mão cheia de coentros
3 colheres de sopa de coco ralado
1 pimento verde médio cortado aos bocados
1 colher de sopa de gengibre ralado
2 dentes de alho
1 cebola pequena
sumo de 1 limão
sal

Junte estes ingredientes num copo e triture com a varinha mágica até obter uma polpa consistente. Refrigere até à hora de servir.



sexta-feira, 22 de julho de 2011

Comida para bebé

Quando o colégio do meu filho mais novo me perguntou se lhe podia dar farinha de pau, hesitei. Não sabia o que era isso e muito menos sabia se tinha glúten. Primeiro, investiguei a receita e depois procurei por uma marca de farinha de pau que garantisse a isenção. Apesar de se tratar de mandioca como matéria-prima, a única farinha de pau que encontrei foi da Ferbar que coloca "isento de glúten" no rótulo. Portanto, é o que compro para casa e para o colégio, já que o miúdo tornou-se grande adepto de farinha de pau. Fica a receita:

Ingredientes:
2 lombos de pescada, sem pele e espinhas
2 tomates maduros, sem sementes
1 cebola média
1 alho
3 colheres de sopa de farinha de pau
Azeite
Coentros
Água

Coza os lombos de pescada e reserve (guarde a água da cozedura). Coloque um pouco de azeite num tacho e aloure a cebola. Quando esta estiver dourada, coloque o alho descascado e os tomates cortados em pedaços no tacho e vá mexendo até estes estarem um pouco mais desfeitos. Junte um pouco de água da cozedura e acrescente a pescada, partindo-a em pequenos pedaços com a ajuda da colher. Deixe cozinhar durante 5 minutos, junte um pouco de coentros frescos e triture com a varinha mágica.

Numa tigela à parte junte a farinha de pau com um pouco de água e mexa até a farinha absorver bem o líquido. Junte à pescada e mexa sempre para não criar grumos. Quando tiver uma sopa macia e sem pedaços visíveis, está pronta.












quinta-feira, 21 de julho de 2011

Pizza

Como já referi antes, a oferta de pizzas sem glúten por parte da Telepizza é de louvar e somos clientes. Contudo, não me levem a mal senhores da Telepizza, mas esta receita que encontrei neste blog, é melhor do que a vossa... sem dúvida a melhor pizza que já fiz, até o marido gostou (tenho outra receita na calha para experimentar, mas isso fica para depois). A minha versão, já que não tenho bimby nem muito sucesso com o fermento fresco:

Ingredientes:
40 ml. água morna
7 gramas de fermento seco activo
1 colher de chá de açucar
240 gramas de farinha sem glúten (usei da Special Line, do El Corte Inglés)
60 gramas de farinha de grão de bico
140 ml de leite morno
1 colher de chá de sal
2 colheres de sopa de azeite
1 colher de sopa de mel

Coloque a água num copo e junte o fermento e o açúcar. Misture bem e deixe em local morno para que active o fermento. Quando tiver dois dedos de espuma, reserve.

Entretanto, misture as farinhas numa tigela e deite sobre este preparado o líquido com o fermento. Bater bem com a batedeira.

Num outro copo, junte o leite, o sal, o azeite e o mel e mexa bem até obter uma mistura uniforme. Junte à tigela com a farinha e bata muito bem até formar uma bola de massa. Deixe repousar tapada até que duplique o seu volume.

Pré-aqueça o forno a 200ºC. Estenda a massa com um rolo, ajudando com um pouco de farinha de arroz para que não se cole à superfície. No entanto, é uma massa fácil de trabalhar, que não parte. Pessoalmente, gosto da massa fina, pelo que esta quantidade de ingredientes dará para duas pizzas de tamanho médio. Escolha então a cobertura da pizza consoante o seu gosto pessoal, coloque num tabuleiro untado e leve ao forno (eu uso a pedra para forno que já mencionei, para lhe dar aquele ar de pizza cozida a lenha). Quando o queijo estiver derretido com um tom dourado, está pronta.





























PS: a minha pedra de forno foi encomendada na Amazon britânica, mas posterior a isso, já encontrei uma "pedra para pizza" à venda nas lojas Casa.

quarta-feira, 20 de julho de 2011

Dicas para a elaboração de pão

Fazer pão sem glúten não é uma tarefa fácil. Mas há pessoas que têm mais jeito do que outras e a Ginger Lemon Girl é uma semi-profissional nestas lides. Assim, aproveito para divulgar este post muito útil que ela escreveu dando dicas para facilitar a manufactura de pão sem glúten, o Santo Graal dos intolerantes ao glúten.

"Dicas para misturar ingredientes:
- Certifique-se que mistura todos os ingredientes secos (sem fermento) numa tigela grande com uma vara de arames para combiná-los completamente. Se o açúcar é um ingrediente na sua receita, não tem que adicioná-lo à mistura de fermento. Pode-se juntar aos ingredientes secos sem comprometer o resultado final.

- Se usar uma mistura caseira de farinhas, certifique-se que estas estão boas. Polvilho, farinha de arroz integral ou qualquer farinha que seja considerada um grão inteiro ou moído pode ficar rançosa. Isto, possivelmente, vai sem dúvida afectar o sabor e a textura do seu pão. Prove uma quantidade muito pequena dos ingredientes secos para se certificar de que não tem um gosto rançoso.

- Misture primeiro todos os seguintes ingredientes molhados: ovos, vinagre (se incluído na receita) e óleo ou a gordura derretida. Bata-os juntos completamente e, em seguida, deite na mistura da prova do fermento.

- Se decidir mudar os ingredientes da sua receita, precisa de ter muito cuidado com a proporção de amidos para grãos integrais. Se o seu pão usa um grande volume de grãos integrais em relação aos amidos, isso pode fazer com que o seu pão venha abaixo durante o arrefecimento, porque os grãos integrais, geralmente, são mais pesados ​​do que os amidos. Repare também que alguns grãos são mais pesados ​​do que outros: por exemplo, as farinhas de milho e sorgo são mais pesadas ​​do que a farinha de arroz integral, por isso convém experimentar com uma quantidade menor primeiro.

- Algumas receitas pedem vinagre de cidra enquanto potenciador de massa. Alguns padeiros sem glúten preferem usar este ingrediente, enquanto outros não. Pessoalmente acho que o vinagre tem a grande habilidade de ajudar o seu pão a crescer correctamente, mas é uma escolha pessoal. Não vai afectar muito o resultado.

- “Amaciadores” de Massa: Algumas receitas também pedem gelatina em pó ou pectina para juntar aos ingredientes secos. Estas substâncias ajudam a textura do pão sem glúten tornando-o macio e flexível como o pão com trigo. Pessoalmente acho que estes ingredientes são maravilhosos, enquanto outros padeiros optam por não os usar. Se quiser juntá-los ao seu pão, basta adicionar 1 / 2 colher de chá de um ou de ambos à sua receita e veja como funciona no seu caso! Pode adicionar mais ou menos dependendo de quão macio ou maleável quiser o seu pão.

- Ingredientes para textura e estabilidade (goma xantana e goma guar): Ambos os ingredientes melhoram a textura do pão sem glúten. O pão sem glúten com fermento deve utilizar um ou uma mistura de ambos os produtos. Comece com 1 1 / 2 colheres de chá, se for sensível à goma xantana e adicione mais ao seu próximo lote até obter a textura desejada. Normalmente só uso 1 - 1 1 / 2 colheres de chá de goma xantana na maioria das minhas receitas de pão com fermento.

Dicas para provar o fermento:
- Muitas receitas de pão sem glúten pedem quase 1 colher de sopa ou mais de levedura. Acredito que esta grande quantidade é completamente desnecessária para receitas de pão com fermento. Normalmente uso 1 1 / 2 colheres de chá de fermento seco activo o que tem funcionado muito bem. Os pães que eu usei com essa quantidade cresceram tanto como pães com quantidades mais elevadas.

- Se não tiver um termómetro para cozinha para medir a temperatura dos seus líquidos, simplesmente coloque no microondas por 40 segundos a 1 minuto e misture depois com o fermento. Se esta mistura não espumar e crescer nos 5-10 minutos seguintes, terá que começar tudo de novo com outro fermento. Isto é muito importante! Se aquecer demais o líquido, então este irá cozinhar o fermento e matá-lo. No entanto, se o líquido estiver pouco quente, não irá activar o fermento para iniciar o crescimento. Se usar um termómetro de cozinha, o líquido deverá estar à volta de 37º a 40º C para o fermento se activar.

Dicas para escolher a forma correcta para o seu pão sem glúten:
- Certifique-se que lê a sua receita com cuidado e usa a forma com o tamanho correcto!

- Quando estiver a verter a sua massa de pão na forma, irá precisar uma forma maior se esta ocupar mais de metade da mesma.

- Se usar uma forma que é muito grande, o pão pode crescer mais do que se supõe e pode definitivamente vir abaixo durante o arrefecimento.

Dicas para deixar o pão crescer:
- A melhor maneira de permitir que o pão sem glúten com fermento levede é num ambiente fechado ligeiramente quente. A melhor maneira de fazer isso é ligar o seu forno a 200 graus para pré-aquecer por 5 minutos, enquanto estiver a misturar sua massa de pão. Desligue o forno no fim dos cinco minutos para que não aqueça demais. Este ambiente quente e húmido do seu forno permitirá que o pão cresça rápida e uniformemente por toda a forma.

- Certifique-se que untou a forma, caso contrário, vai ser muito difícil retirar o pão!

- Certifique-se que untou o plástico que usa para cobrir o pão enquanto leveda! Caso contrário, o plástico vai certamente agarrar-se ao pão e causar estragos quando o tentarmos retirar.
- Permita que o pão cresça apenas 2 centímetros acima da borda da forma. Se crescer mais do que isso, virá abaixo durante o arrefecimento pois não possui glúten que o sustente em cima.

Dicas para a cozedura:
- O melhor método que encontrei para cozer pães sem glúten e comfermento, é simplesmente pré-aquecer o forno a (depois da massa ter levedado) a 190ºC e cozer o pão durante 35-55 minutos, até que a temperatura interna do pão chegue a 90-100ºC. Definitivamente recomendo comprar um termómetro de cozinha se não tiver já um, para medir a temperatura do seu pão com precisão. O pão pode ser facilmente estar mal cozido e pastoso, se não cozer por tempo suficiente. O pão também pode cozer demais e secar se for estiver no forno muito tempo.

- Se usar uma forma de vidro ou assadeira de CERÂMICA, certifique-se que baixa a temperatura do seu forno em 25 graus, para não queimar o seu pão. A leitora Claire informou que este tipo de formas retêm o calor mais tempo e podem continuar a "cozer" o pão mesmo quando é retirado do forno. Vidro e cerâmica conduzem o calor mais rapidamente e uniformemente do que o alumínio ou estanho e podem causar que o seu pão coza demais.

- Certifique-se que a temperatura do seu forno está CORRECTA! O meu forno “sub-aquece” até 15 graus, então tenho que ajustar a temperatura do meu forno para 175 graus de modo a atingir a temperatura de 190 graus.

 Dicas para o arrefecimento, servir e armazenar o seu pão sem glúten:
- Se for possível, recomendo que deixe o seu pão a arrefecer durante uma hora, pelo menos, depois de ser retirado do forno. Pessoalmente, tento deixar o meu pão arrefecer por 1-3 horas numa rede de arrefecimento antes de cortar. Muitas vezes o pão ainda está a cozer quando o tira do forno. Se cortar o pão de imediato ele pode " entrar em choque" pois irá perder calor rapidamente ao fatiá-lo e virá abaixo.
- Deixe o pão arrefecer na forma durante 15-20 minutos e depois deixe-o arrefecer completamente sobre uma rede, o que irá permitir a circulação de ar ao redor do pão."

terça-feira, 19 de julho de 2011

Brincadeira

Descobri esta técnica de tornar um prato de salsichas com esparguete ainda mais interessante para os miúdos. Com salsichas e esparguete sem glúten, pus o miúdo a pensar se teria sido a salsicha que se meteu com a massa ou se a massa com a salsicha:
















É só enfiar o esparguete na salsicha e cozer junto, para depois cobrir com o molho da preferência habitual!

segunda-feira, 18 de julho de 2011

Pãezinhos III

No seguimento do post anterior, nem todas as minhas compras no Espaço Bio foram um insucesso. Comprei a farinha de grão de bico da Doves Farm que esperava encontrar em Portugal há já algum tempo e, finalmente, lá estava ela nas prateleiras deste supermercado. Já tinha encontrado farinha de grão de bico doutras marcas, mas não garantiam a isenção por contaminação cruzada: no próprio Espaço Bio existe farinha de grão de bico à venda da Herdade de Carvalhoso, mas já os tinha contactado e, ainda que garantissem a isenção nas farinhas de arroz, não o faziam nesta farinha em particular... o que é uma falta de visão para o negócio pois já que se dão ao trabalho de produzir uma farinha sem glúten, deveriam evitar a contaminação na moagem e entrar no crescente nicho dos produtos para dietas sem glúten. Por isso, pessoal da Herdade de Carvalhoso, se me estão a ler, fica a dica, antes comprar a vocês do que aos "bifes" sempre que possível...

Ora e porque queria eu tanto esta farinha? Para já, nutricionalmente é muito rica e é a matéria-prima de uma iguaria indiana, os bojés, que tanto gostámos lá em casa. Depois, porque encontrei esta receita e queria experimentar. Gostei bastante, ficou um pão muito agradável e de sabor semelhante ao pão "normal". A minha versão:

Ingredientes:
140 gramas de farinha de grão de bico
60 gramas de farinha de arroz
100 gramas de polvilho
100 gramas de maizena
2 colheres de chá de goma xantana
14 gramas de fermento seco activo
400 ml água morna (38-40ºC)
Sal
1 colher de chá de vinagre

Junte todos os ingredientes, à excepção da água e vinagre, e misture bem até obter uma cor uniforme. Coloque na batedeira e junte a maior parte da água e vinagre e bata muito bem até desaparecerem os grumos. Vá juntando o resto da água até obter uma massa parecida à dos bolos mas um pouco mais grossa. Deixe repousar até a massa ter duplicado de volume.

Trabalhe então a massa para retirar o ar resultante da levedação e forme pequenas bolas com duas colheres de sopa. Coloque-as num tabuleiro untado ou num tapete de silicone e leve ao forno frio, que deverá ligar a 230ºC apenas quando tiver colocado o tabuleiro no seu interior. Deixe cozer por 25 a 30 minutos até obter uma cor dourada. De seguida, deixe arrefecer um pouco antes de consumir.





























Update: já os fiz há dois dias e continuam como se tivessem sido acabados de fazer... é o primeiro pão sem glúten que vejo a ter esse efeito.

Mais material para pão ralado

Comprei no Espaço Bio uma mistura para pão da marca Glebe Farm que me pareceu ter bom aspecto. Gostava de vir aqui dizer que aconselho a compra, mas não posso: tenho lá em casa 750 gramas de uma espécie de pão que só serve para pão ralado. Segui religiosamente as instruções e até usei o fermento que vinha com a farinha, mas o pão não cresceu e mal cozeu. Há por aí alguém que use desta marca com sucesso?


quarta-feira, 13 de julho de 2011

Caldos de cozinha

Quando iniciamos a dieta sem glúten cá em casa, uma das dificuldades iniciais com que me deparei foi não poder usar os caldos knorr (ou de outra marca). Sei que são artificiais, mas não sou nenhuma fada do lar, nem tenho tempo para fazer caldos em casa. O problema foi ultrapassado quando fomos às compras ao supermercado Mercadona, em Espanha, que tinha ouvido falar num forum de celíacos espanhóis. O dono desta cadeia de supermercados tem uma filha celíaca pelo que os produtos da marca própria são, sempre que possível, sem glúten e identificados como tal. Assim que comprei os meus benditos cubinhos mágicos lá.

Entretanto, apareceram os caldos Natura da Knorr, sem glúten, mas bastante mais caros quando comparados aos caldos tradicionais, pelo que continuei cliente da Mercadona. Recentemente encontrei os Caldos Aneto à venda no supermercado do El Corte Inglés, em Portugal, e em qualquer supermercado espanhol. Sem glúten, sem componentes artificiais, são uma boa opção para ajudar na culinária dos lares onde não há fadas.


sexta-feira, 8 de julho de 2011

Bolachas de Framboesa

Numa casa com uma criança intolerante ao glúten, as receitas de bolachas nunca são demais. Logo, aqui está mais uma receita, uma das primeiras que fiz, um clássico cá de casa. A receita é da Mónica Cortizas, uma mãe argentina com uma filha celíaca que tem um blog muito conhecido e que faz maravilhas na culinária sem glúten. Inclusive já colaborou com a Maizena argentina na elaboração de um livro de receitas sem glúten.

Ingredientes:
200 gramas manteiga
150 gramas açúcar
3 gemas
1 colher de sopa de essência de baunilha
“Farinha”: 100 gramas de polvilho+ 200 gramas de Maizena+ 100 gramas de leite em pó magro+ 200 gramas de farinha SG comercial+ 1 colher de chá de goma xantana
Compota de Framboesa

Junte os ingredientes da “farinha” numa tigela e misture bem.
Bata a manteiga e o açúcar até fazer um creme, acrescente as gemas e, por último, a essência de baunilha .
Incorpore a “farinha” aos poucos até obter uma bola de massa- este processo feito à mão pode ser cansativo, mas no robot de cozinha é muito mais fácil. Retire pedaços com que deverá fazer pequenos rolos. De seguida, fatie estes rolos para criar rodelas de massa. Esmague-as um pouco com as mãos e com um dedo forme uma cova no centro, onde irá colocar a compota de framboesa.
Coloque num tabuleiro untado com manteiga ou forrado com papel vegetal. Leve ao forno a cozer a 190ºC durante pelo menos 20 - 25 minutos ou até que tomem cor.
Pode guardar as bolachas num recipiente fechado pois aguentam bem cerca de 30 - 40 dias... se durarem tanto, com bocas pequenas e gulosas por perto.



segunda-feira, 4 de julho de 2011

Bolachas da Alsácia

Mais uma receita deste blog que pertence a um doente celíaco francês que está a estudar para ser pasteleiro. Umas bolachas similares aquelas feitas com o dispára-biscoitos, mas aqui na versão saco de pasteleiro (comprei no Continente, passe a publicidade, por menos de dois euros).

Ingredientes:
175 gramas de margarina
1 colher de chá de essência de baunilha
130 gramas de açúcar em pó
1 pitada de sal
1 ovo
30 gramas de fécula de batata
220 gramas de farinha de arroz
60 gramas de amêndoas em pó
1 / 2 colher de chá de goma xantana
100 gramas de leite
150 gramas de chocolate em pedaços

Misture numa tigela o sal, a farinha de arroz e a fécula de batata.
Trabalhe a manteiga até ter a consistência de um creme. Adicione o açúcar e mexa até ficar cremoso. Acrescente o ovo e o extracto de baunilha.
Junte ao preparado anterior a farinha aos poucos e, por fim, as amêndoas.
Adicione lentamente o leite, ajustando a quantidade. A massa resultante não deve ser muito líquida para não se espalhar durante a cozedura, mas grossa o suficiente para obter uns canelados perfeitos.
Encha um saco de pasteleiro e espalhe a massa aos ziguezagues em cima do tabuleiro revestido a papel vegetal.
Vai ao forno durante 15-17 minutos a 200 ° C. A bolacha deverá ter um leve tom dourado.
 Entretanto, derreta o chocolate em banho-maria. Quando estiver líquido,  mergulhe meia bolacha e deixe o chocolate enrijecer sobre o papel vegetal.
















Sensibilidade ao Glúten Vs. Doença Celíaca - parte II

O prometido é devido e aqui está o outro artigo que tinha sobre a existência de diferentes graus de intolerância ao glúten e a incapacidade dos actuais testes em detectar os mais subtis. Penso que é importante a medicina olhar com atenção para este assunto principalmente em familiares de doentes celíacos que podem ter análises negativas, mas terem todo o potencial genético para assumirem uma variável mais discreta da intolerância ao glúten. Estas pessoas continuam a ingerir alimentos com glúten, perpetuando os seus sintomas e mal-estar quando poderiam estar a viver uma vida mais saudável, removendo o glúten da sua dieta. Sei que a medicina eventualmente chegará lá, mas entretanto devemos olhar para nós e decidirmos o que queremos fazer da nossa saúde.

"Novo estudo mostra que é possível reagir ao glúten, mas não ter a doença celíaca
26 de janeiro de 2011
Em conversa com uma senhora na segunda-feira, esta dizia-me que tinha uma "intolerância ao glúten". Muitos médicos assumem que isso significa que ela teria a doença celíaca (sensibilidade ao glúten nos alimentos, como trigo, centeio e cevada que provoca alterações no intestino e sintomas gastrointestinais, e pode levar à desnutrição, se não for tratada). No entanto, acredito que as pessoas podem reagir ao glúten e ter sintomas de isso, mesmo não tiverem a doença celíaca clássica. Já escrevi sobre isso anteriormente aqui.

Esta mulher tem sintomas intestinais quando come glúten, mas não tem quando não o faz. Os testes revelam que ela não tem doença celíaca. Muitos médicos e outros profissionais de saúde poderiam ser tentados a imaginar que a reação da mulher ao glúten “estão na sua cabeça". No entanto, como estudo a que este blog se refere explica, é possível reagir aos alimentos de uma maneira que escapa aos testes convencionais. Às vezes, nós médicos simplesmente não compreendemos o quão limitados são os nossos métodos de teste, e contentamo-nos em decretar que “não há nada de errado com você" quando os resultados dos testes que fazemos são negativos. Este raciocínio é fundamentalmente insuficiente.

Estava interessado em ler sobre um estudo recente que está relacionado com a Sensibilidade ao Glúten. Este estudo australiano centra-se em indivíduos tais como a senhora que eu conheci na segunda-feira: teêm os sintomas da Síndrome do Intestino Irritável, controlados pela ingestão de uma dieta sem glúten, mas a doença celíaca tinha sido excluída como um diagnóstico.

Cerca de metade deste grupo foram alimentados com pão e um bolo com glúten diariamente. A outra metade foi alimentada com pão e um muffin sem glúten. Quase 70 por cento dos indíviduos que ingeriram alimentos que continham glúten tiveram recorrências dos seus sintomas intestinais, em comparação com 40 por cento das pessoas que ingeriram alimentos sem glúten (é sempre possível que alguns ou todos os indivíduos reagissem a algo mais nos alimentos sem glúten ). A diferença foi estatisticamente significativa.

Aqueles que comeram alimentos que contêm glúten tiveram um aumento significativo nos sintomas, como inchaço, dor e fadiga.

A conclusão: "intolerância não-celíaca ao glúten pode existir ..." Pessoalmente, eu estaria mais tentado a dizer que esta entidade existe. No entanto, o que interessa é que é realmente possível para os indivíduos reagirem negativamente ao glúten, mas não ter a doença celíaca. As pessoas precisam de ter cuidado com isso, acho eu, por causa do risco de lhes dizerem que "está tudo bem”, com base em testes negativos para a doença celíaca."

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